A reinvenção da liderança em TI na era da transformação digital

Fernando Brolo*

No turbilhão das transformações digitais que o mundo vive hoje, o papel da liderança em Tecnologia da Informação (TI) tem se reinventado de maneira significativa. Mais do que nunca, a função do líder de TI tem de ser estratégica e integrada ao plano de negócios das organizações. Isso não apenas redefine o papel das lideranças, mas também cria uma necessidade urgente de reinvenção e atualização constante.

A “Pesquisa Global de Liderança em Tecnologia 2023”, da Deloitte, ilumina este caminho ao destacar algumas competências cruciais que os líderes de TI devem possuir para assegurar o sucesso empresarial. Entre elas estão a eficiência e segurança da infraestrutura de TI; a capacidade de inovar e visualizar grandes ambientes tecnológicos; a habilidade de transformar dados brutos em insights valiosos e, a mais importante, possuir um ‘espírito de dono’.

Essa última competência se traduz em uma compreensão profunda dos desafios do negócio e na capacidade de gerar soluções inovadoras. Esta habilidade é vital para lideranças que visam posições estratégicas, como CEOs ou diretores corporativos. No entanto, é justamente a mais difícil de ser encontrada no mercado.

Domínio da comunicação, cocriação e colaboração são tão importantes quanto o domínio técnico. Essas características refletem a necessidade de um ambiente de trabalho mais integrado e colaborativo, onde a inovação surge da capacidade de trabalhar em conjunto e compartilhar ideias.

Encontrar profissionais e líderes que possuam essas características é um desafio para a maioria das empresas. Não à toa a procura por serviços de Alocação de Profissionais de TI vem crescendo.

Aos headhunters cabe o desafio de encontrar talentos que possuam essas habilidades essenciais. O ponto de partida dessa missão tem sido a escolha focada em soft skills e, quando necessário, o treinamento de habilidades técnicas.

Vencida a etapa da contratação, o desafio passa a ser a gestão e retenção desses talentos. A pesquisa da Deloitte também aponta estratégias mais eficazes para isso, como o trabalho flexível ou híbrido; benefícios competitivos e a autonomia para as equipes.

Nesse cenário, é preciso compreender que a gestão de pessoas é tão crítica quanto a gestão da tecnologia. As lideranças de TI são peças fundamentais nas corporações, equiparáveis em importância ao CEO ou CFO. À medida que avançamos nesta era digital, é imperativo para as organizações reconhecerem e cultivarem estas competências essenciais em suas lideranças de TI, garantindo não apenas o sucesso tecnológico, mas o sucesso empresarial como um todo.

*Fernando Brolo é CSMO e sócio-fundador da Logithink, empresa de TI. 

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