Fernando Brolo
Nos últimos anos, com todos os méritos, especialistas e profissionais de TI têm enfatizado a importância de introduzir o elemento digital no ambiente de trabalho, por razões que vão desde o aumento na eficiência dos processos à segurança de dados. Hoje, para empresas dedicadas a dar um salto de competitividade, explorando o que há de mais transformador no mercado a nível global, não há dúvidas de que todos os caminhos levam à tecnologia e suas vertentes.
Entretanto, outro fenômeno tem andado de mãos dadas ao avanço tecnológico sobre o meio empresarial: a dificuldade de empresas em criar uma cultura organizacional receptiva à inovação, com colaboradores preparados para abraçar soluções e atuar em sinergia com estruturas digitalizadas.
Um estudo desenvolvido pela Meta, em parceria com a Fundação Dom Cabral, trouxe um panorama que vai de encontro a essa linha de raciocínio. Dos executivos entrevistados, 67% colocam que o maior obstáculo para a transformação digital não é a tecnologia propriamente dita, mas a cultura organizacional.
Cenário atual é sintomático e requer atenção de lideranças
Não basta adotar uma determinada ferramenta digital e esperar que todas as vantagens prometidas se tornem realidade, é preciso garantir que os profissionais sejam integrados a esse processo. Sob a perspectiva do gestor, grande interessado em enraizar pilares de inovação no DNA do negócio, o segredo, talvez, esteja em trabalhar internamente com uma agenda de inovação, de modo a levá-la para a gestão de pessoas.
Focar na construção de um cotidiano operacional disruptivo é necessário, isso é fato. Muitos tratam a automatização como uma medida de peso imensurável para a sobrevivência do negócio, o que não deixa de ser verdade, mas a pergunta que todo líder deve se fazer, é: as pessoas estão pesando mais na balança? Mais do que nunca, o momento é de colocar o fator humano como critério principal para que iniciativas sejam tomadas e, soluções, escolhidas. Caso contrário, corremos o risco de subaproveitar o potencial da tecnologia e, de quebra, acabar em uma rotina de ineficiência e baixa aderência.
Boa infraestrutura, suporte especializado e um olhar para a maturidade digital
Diante desse contexto, ao mesmo tempo em que os sintomas existem e são numerosos, ressalto que é possível se movimentar em prol de uma cultura organizacional alinhada com o que entendemos por transformação digital. Ninguém está sozinho nessa jornada, especialmente empresas com pouca expertise no universo tecnológico.
Um ponto de partida bem-vindo é diagnosticar uma solução compatível com as demandas, estruturas e objetivos traçados pela empresa. Por uma transição assertiva – e que converse com os profissionais –, é crucial ter a certeza de que a melhor ferramenta está sendo implementada. A escolha de um software, por exemplo, deve ser levada com extrema cautela e atenção aos detalhes.
Vale mencionar que o suporte de especialistas na área tem função estratégica e oferece à empresa uma visão diferenciada sobre como e onde a tecnologia pode ser aplicada, impactando, inclusive, sua relação com a atuação das equipes envolvidas. Para concluir o artigo, entendo que o melhor artifício para inserir a inovação no DNA cultural das empresas repouse na abordagem concedida ao processo. Ao considerar e respeitar o papel exercido pelas pessoas em meio à onda digital, o gestor dá passos importantes para um futuro de grandes oportunidades estratégicas e operacionais.